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Comunicação não-violenta: guia prático para evitar conflitos
Todos os seres vivos, sejam animais ou humanos, estabelecem algum tipo de comunicação. No caso das pessoas, por exemplo, nós interagimos com outros seres humanos por meio de palavras, gestos e emoções.
É justamente nesses momentos de interação que podem ocorrer interpretações incorretas e conflitos por conta disso. Daí, a importância da comunicação não-violenta. Diante dessa constatação, o psicólogo Marshall B. Rosenberg desenvolveu, há mais de seis décadas, esse conceito.
A comunicação não-violenta, segundo ele, tem o objetivo de manter um diálogo objetivo e direto. Para chegar a essa conclusão, Rosenberg buscou entender o que nos afasta da nossa natureza compassiva e nos estimula a agir de maneira violenta.
Em geral, não somos ensinados a falar as nossas necessidades de forma clara para sermos compreendidos. Para Rosenberg, “toda agressão é uma expressão trágica de uma necessidade não atendida”. Ele acredita que “por trás de todo comportamento há uma necessidade”. Neste conteúdo, você vai entender a importância da comunicação não-violenta para manter a harmonia, especialmente no ambiente corporativo.
Sumário
- O que é a CNV?
- Quais os 4 pilares da comunicação não-violenta?
- Entenda a importância da comunicação não-violenta no trabalho
O que é a CNV?
A CNV (comunicação não-violenta) não é uma receita. É uma mudança na forma como nos comunicamos e entendemos o outro, deixando de lado as reações impulsivas para dar respostas mais conscientes, claras e objetivas.
Se fizermos isso com compaixão, empatia e autenticidade, vamos facilitar a conexão com as pessoas, fortalecendo, escutando de forma ativa e respeitando os seus próprios sentimentos e os dos outros sem causar dor ou mágoa. Isso é estabelecer uma comunicação não-violenta.
Vamos entender cada um dos sentimentos envolvidos nesse diálogo. O primeiro deles é a compaixão. Esse é um sentimento de aceitação. É o reconhecimento do sofrimento do outro e que evidencia a vontade de contribuir e ajudar.
Já a empatia é fazer com que o outro perceba que sinto empatia pela situação que ele trouxe. Por fim, a autenticidade é falar de maneira respeitosa o que sentimos e o que queremos, quais as nossas necessidades.
Portanto, a CNV é olhar para uma pessoa com toda humanidade que ela traz, entendendo sua completude, desejos, vontades, necessidades etc. Nós somos responsáveis pelos sentimentos que causamos nos outros e vice-versa. Quando compreendemos isso, conseguimos manter uma comunicação não-violenta para benefício de todos.
Quais os 4 pilares da comunicação não-violenta?
Em seus estudos, Rosemberg estabeleceu quatro princípios ou pilares para a comunicação não-violenta. São eles:
Observação – Observar a situação e separar fatos dos julgamentos, sem juízo de valor.
Sentimento – Qual sentimento a situação despertou em você? Pergunte-se. Somente depois de observar o que aconteceu e os sentimentos que um determinado fato despertou em você, será possível analisar a situação.
Necessidade – Qual a necessidade não suprida para eu me sentir assim? Identificar as necessidades ajuda a compreender os sentimentos envolvidos na situação.
Pedido – Conseguiu interpretar os fatos, sentimentos e necessidades envolvidos na situação? Expresse seu pedido de forma clara.
Ou seja, se utilizarmos esses pilares, tenderemos a diminuir os problemas de compreensão e entendimento. Com isso, teremos estabelecido uma comunicação não-violenta, que é baseada no respeito ao outro, à você e às opiniões e às atitudes de todos os envolvidos.
Como visto, a comunicação não-violenta (CNV) é uma mudança de visão de mundo, pois com ela nos libertamos dos julgamentos e juízo de valor.
A comunicação não-violenta visa construir relações mais positivas. Por isso, valoriza a empatia, compaixão e autenticidade. Buscando a escuta ativa e trazendo a conexão entre as pessoas.
O objetivo da comunicação não-violenta é criar um espaço, no qual as pessoas se sintam ouvidas, representadas e que possam falar sobre expectativas e preocupações sem qualquer tipo de julgamento.
Lembre-se de que criar um ambiente que valoriza a comunicação não-violenta leva um tempo porque exige abandonar posturas e hábitos arraigados para estabelecer relacionamentos mais positivos, harmoniosos e de confiança mútua.
Entenda a importância da comunicação não-violenta no trabalho
É muito importante entender o impacto da comunicação não-violenta no ambiente de trabalho para construir relações respeitosas com os membros da equipe.
Exemplo de comunicação não-violenta no ambiente de trabalho:
Quando você expõe os meus erros perante a equipe (Observação), eu me sinto diminuído (Sentimento). Preciso me sentir respeitado e valorizado como profissional (Necessidade). Por favor, quando quiser me orientar, me convide para uma conversar particular (Pedido).
No ambiente corporativo, a comunicação não-violenta proporciona segurança psicológica. Um ambiente seguro psicologicamente permite o diálogo aberto. As pessoas se sentem confortáveis para se expressarem, errarem, interagirem e aprenderem.
Com isso, teremos equipes produtivas, resilientes e capazes de manter alta performance.
A Top People traz como cerne o diálogo aberto e a humanização em todos os pontos de contato. Entendemos que a comunicação não-violenta é uma habilidade primordial para todas as relações.
Este conteúdo foi importante para você? Se gostou, confira no nosso blog mais temas de interesse.
Juliana dos Anjos Barsotti
Psicóloga, Pedagoga
Gestora de Recursos Humanos